top of page

EFEITO DA FITOTERAPIA NO TRATAMENTO DA OBESIDADE EM ADULTOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Ana Luísa Pereira dos Santos Bispo

Faculdade Ciências da Vida

ORCID: https://orcid.org/0009-0005-4601-6248

E-mail: analuisa.bispo@gmail.com

Eduardo Damasceno Costa

Faculdade Ciências da Vida

Lattes: http://lattes.cnpq.br/7182795347653775

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4769-5308

E-mail:damascenomg13@yahoo.com.br

DOI-Geral: http://dx.doi.org/10.47538/RA-2023.V2N2
DOI-Individual: http://dx.doi.org/10.47538/RA-2023.V2N2-28


RESUMO:

Existem poucas opções farmacológicas para o tratamento da obesidade. As plantas medicinais e os fitoterápicos, são frequentemente usados como auxiliares na perda de peso. Diante do uso extenso desses produtos, este estudo se norteia pela seguinte questão: “Quais são as evidências a respeito da eficácia e segurança no uso de fitoterápicos e plantas medicinais em pacientes que buscam a perda de peso? Esta revisão bibliográfica tem como objetivo geral avaliar a eficácia e a segurança de fitoterápicos no manejo da obesidade. Os bancos de dados PubMed, Scielo, Lilacs e Cochrane foram usados para pesquisar artigos publicados nos últimos 10 anos. Os termos de busca utilizados foram: “Obesity”, “Phytotherapy”, “Efficacy” e “Safety.” Das publicações encontradas na pesquisa inicial, 143 resultados foram identificados e revisados, sendo incluídos 4 estudos nessa revisão. As fórmulas fitoterápicas XJXGF, RCM-104 e a fórmula Itrifal Saghir mostraram capazes de promover redução no peso corporal. A fórmula Taeeumjowi-tang (TJ001) não mostrou capaz de reduzir o peso. Também não foram observados efeitos adversos significativos ou mortalidade. Embora o tratamento da obesidade com agentes fitoterápicos tenha mostrado potencial promissor com boa eficácia e relativa segurança, muitos desses produtos permanecem não testados e seu uso é mal monitorado pelas agências reguladoras. A consequência disso é um conhecimento inadequado do modo de ação, de potenciais reações adversas, de possíveis contraindicações e de interações que expõe o paciente a problemas de saúde. Portanto, torna-se imperativo avanços regulatórios que possam nortear o uso seguro e efetivo dos fitoterápicos no manejo da obesidade.


PALAVRAS-CHAVE:

Obesidade. Medicamento Fitoterápico. Plantas. Uso racional de medicamentos.

BIOGRAFIA DO AUTOR:

Ana Luísa Pereira dos Santos Bispo

Faculdade Ciências da Vida- Sete Lagoas- Minas Gerais- Brasil.

Eduardo Damasceno Costa

Possui graduação em farmácia pela Universidade Federal de Ouro Preto (2009), formação pedagógica em Biologia pela Universidade de Franca (2022), mestrado em (Ciências Farmacêuticas) pela Universidade Federal de Ouro Preto (2011) e doutorado em Fisiologia e Farmacologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2016). Também realizou residência pós-doutoral pela Universidade Federal de Minas Gerais na área de Fisiologia (2017 e 2020). Já atuou como professor orientador de trabalhos de conclusão da pós-graduação em Análises Clínicas e Toxicológicas e da pós-graduação em Farmácia Clinica do Centro Universitário UNA. Atualmente é professor dos cursos de Farmácia e Biotecnologia da Faculdade Ciências da Vida (FCVMG).

REFERÊNCIAS

ABESO – Associação brasileira para o estudo da obesidade e da síndrome metabólica. Diretrizes brasileiras de obesidade: 2016. São Paulo, 2016. Disponível em: <Disponível em: https://bit.ly/2T5FIbn>. Acesso em: 25 jun. 2022.


AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA-Anvisa. Resolução RDC no. 04, de 10 de fevereiro de 2009. Dispõe sobre as normas de farmacovigilância para os detentores de registro de medicamentos de uso humano. Diário Oficial da União 11 de fevereiro de 2009.


AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – Anvisa. Resolução - RDC Nº 26 de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. Diário Oficial União 14 maio 2014.


AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – Anvisa. Resolução n⁰. 3008. Diário Oficial União 09 de setembro de 2022.


ALOSTAD, A. H. et al. International Comparison of Five Herbal Medicine Registration Systems to Inform Regulation Development: United Kingdom, Germany, United States of America, United Arab Emirates and Kingdom of Bahrain. [s.l.], 2018. DOI: 10.1007/s40290-018-0223-0.


BASOLO, A. et al. Energy Balance and Control of Body Weight: Possible Effects of Meal Timing and Circadian Rhythm Dysregulation. Nutrients 2021, Vol. 13, Page 3276, [s.l.], v. 13, no 9, p. 3276, 2021. ISSN: 2072-6643, DOI: 10.3390/NU13093276.


BLÜHER, M. Obesity: global epidemiology and pathogenesis. Nature Reviews Endocrinology 2019 15:5, [s.l.], v. 15, no 5, p. 288–298, 2019. ISSN: 1759-5037, DOI: 10.1038/s41574-019-0176-8.


BROBECK, J. R. Mechanism of the development of obesity in animals with hypothalamic lesions. Physiological reviews, [s.l.], v. 26, no 4, p. 541–559, 1946. ISSN: 0031-9333, DOI: 10.1152/PHYSREV.1946.26.4.541.


BROWN, A. C. Liver toxicity related to herbs and dietary supplements: Online table of case reports. Part 2 of 5 series. Food and chemical toxicology : an international journal published for the British Industrial Biological Research Association, [s.l.], v. 107, no Pt A, p. 472–501, 2017. ISSN: 1873-6351, DOI: 10.1016/J.FCT.2016.07.001.

CAMACHO, S.; RUPPEL, A. Is the calorie concept a real solution to the obesity epidemic? https://doi.org/10.1080/16549716.2017.1289650, [s.l.], v. 10, no 1, 2017. ISSN: 16549880, DOI: 10.1080/16549716.2017.1289650.


CARVALHO, A. C. B. et al. Regulation of herbal medicines in Brazil: advances and perspectives. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences, [s.l.], v. 47, no 3, p. 467–473, 2011. ISSN: 2175-9790, DOI: 10.1590/S1984-82502011000300004.


CAWLEY, J. et al. Direct medical costs of obesity in the United States and the most populous states. [s.l.], v. 27, no 3, 2021.


CHOOI, Y. C.; DING, C.; MAGKOS, F. The epidemiology of obesity. Ymeta, [s.l.], 2018. DOI: 10.1016/j.metabol.2018.09.005.


EKOR, M. The growing use of herbal medicines: issues relating to adverse reactions and challenges in monitoring safety. Frontiers in pharmacology, [s.l.], v. 4, 2014. ISSN: 1663-9812, DOI: 10.3389/FPHAR.2013.00177.


GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. Atlas, São Paulo, 2002.


GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. Atlas, São Paulo, 2008.


GONZÁLEZ-MUNIESA, P. et al. Obesity. Nature Reviews Disease Primers 2017 3:1, [s.l.], v. 3, no 1, p. 1–18, 2017. ISSN: 2056-676X, DOI: 10.1038/nrdp.2017.34.


IBRAHIM, S. et al. Overweight and Obesity Prevalence and Predictors in People Living in Karachi. Journal of Pharmaceutical Research International, [s.l.], v. 33, no 31B, p. 194–202, 2021. ISSN: 2456-9119, DOI: 10.9734/JPRI/2021/V33I31B31708.


KAMALI, S. H. et al. Efficacy of “Itrifal Saghir” , a combination of three medicinal plants in the treatment of obesity; A randomized controlled trial. [s.l.]: [s.n.], 2012. Disponível em: <http://www.darujps.com/content/20/1/33>.


LENON, G. B. et al. Efficacy and safety of a Chinese herbal medicine formula (RCM-104) in the management of simple obesity: A randomized, placebo-controlled clinical trial. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine, [s.l.], v. 2012, 2012. ISSN: 1741427X, DOI: 10.1155/2012/435702.


LIN, X.; LI, H. Obesity: Epidemiology, Pathophysiology, and Therapeutics. Frontiers in Endocrinology, [s.l.], v. 12, 2021. ISSN: 16642392, DOI: 10.3389/FENDO.2021.706978.


LOOS, R. J. F.; YEO, G. S. H. The genetics of obesity: from discovery to biology. Nature Reviews. Genetics, [s.l.], v. 23, no 2, p. 120, 2022. ISSN: 14710064, DOI: 10.1038/S41576-021-00414-Z.


LÓPEZ, M. Hypothalamic AMPK and energy balance. European journal of clinical investigation, [s.l.], v. 48, no 9, 2018. ISSN: 1365-2362, DOI: 10.1111/ECI.12996.


MARCON, G. M.; SANCHES, A. C. C.; VIRTUOSO, S. Atualizações sobre os medicamentos da Diretriz Brasileira de Obesidade: uma revisão de literatura. Research, Society and Development, [s.l.], v. 11, no 4, p. e10211427139, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i4.27139.


MAUNDER, A. et al. Effectiveness of herbal medicines for weight loss: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Diabetes, obesity & metabolism, [s.l.], v. 22, no 6, p. 891–903, 2020. ISSN: 1463-1326, DOI: 10.1111/DOM.13973.


MOHER, D. et al. Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA Statement. Open Medicine : a Peer-reviewed, Independent, Open-access Journal, [s.l.], v. 3, no 3, p. e123-30, 2009. ISBN: 2006062298, ISSN: 1911-2092, DOI: 10.14306/renhyd.18.3.114.


MONTAN, P. D. et al. Pharmacologic therapy of obesity: mechanisms of action and cardiometabolic effects. Annals of Translational Medicine, [s.l.], v. 7, no 16, p. 393–393, 2019. ISSN: 23055839, DOI: 10.21037/ATM.2019.07.27.


OLIVEIRA, D. R. De; OLIVEIRA, A. C. D. De; MARQUES, L. C. O estado regulatório dos fitoterápicos no Brasil: Um paralelo entre a legislação e o mercado farmacêutico (1995–2015). Vigilancia Sanitaria em Debate, [s.l.], v. 4, no 4, p. 139–148, 2016. ISSN: 2317-269X, DOI: 10.22239/2317-269X.00806.


OYEDEPO, T. A.; PALAI, S. Herbal remedies, toxicity, and regulations. Preparation of Phytopharmaceuticals for the Management of Disorders: The Development of Nutraceuticals and Traditional Medicine, [s.l.], p. 89–127, 2021. ISBN: 9780128202845, DOI: 10.1016/B978-0-12-820284-5.00014-9.


PARK, S. et al. Efficacy and Safety of Taeeumjowi-tang in Obese Korean Adults: A Double-Blind, Randomized, and Placebo-Controlled Pilot Trial. Evidence-based complementary and alternative medicine : eCAM, [s.l.], v. 2013, 2013. ISSN: 1741-427X, DOI: 10.1155/2013/498935.


PARSA, A. F. Z.; JAHANSHAHI, B. Is the relationship of body mass index to severity of coronary artery disease different from that of waist-to- hip ratio and severity of coronary artery disease? Paradoxical findings. Cardiovascular Journal of Africa, [s.l.], v. 26, no 1, p. 13, 2015. ISSN: 19951892, DOI: 10.5830/CVJA-2014-054.


ROSS, R. et al. Waist circumference as a vital sign in clinical practice: a Consensus Statement from the IAS and ICCR Working Group on Visceral Obesity. Nature Reviews Endocrinology 2020 16:3, [s.l.], v. 16, no 3, p. 177–189, 2020. ISSN: 1759-5037, DOI: 10.1038/s41574-019-0310-7.


SNIJDER, M. B. et al. What aspects of body fat are particularly hazardous and how do we measure them? International journal of epidemiology, [s.l.], v. 35, no 1, p. 83–92, 2006. ISSN: 0300-5771, DOI: 10.1093/IJE/DYI253.


TIMPER, K.; BRÜNING, J. C. Hypothalamic circuits regulating appetite and energy homeostasis: pathways to obesity. Disease Models & Mechanisms, [s.l.], v. 10, no 6, p. 679, 2017. ISSN: 17548411, DOI: 10.1242/DMM.026609.


WING, R. R. et al. Benefits of modest weight loss in improving cardiovascular risk factors in overweight and obese individuals with type 2 diabetes. Diabetes Care, [s.l.], v. 34, no 7, p. 1481–1486, 2011. ISSN: 01495992, DOI: 10.2337/DC10-2415/-/DC1.

ZHOU, Q. et al. Chinese herbal medicine for obesity: A randomized, double-blinded, multicenter, prospective trial. American Journal of Chinese Medicine, [s.l.], v. 42, no 6, p. 1345–1356, 2014. ISSN: 17936853, DOI: 10.1142/S0192415X14500840.

Revista Amplamente 2023.2.png

COMO CITAR:

BISPO, A. L. P. S.; COSTA, E. D. Efeito da fitoterapia no tratamento da obesidade em adultos: uma revisão sistemática. Revista Eletrônica Amplamente, Natal/RN, v. 2, n. 2, p. 427-446, abr./jun. 2023.

Publicado: 30/05/2023

LICENÇA:

 

Licença CC-BY-NC-ND

Todo o conteúdo desta Revista eletrônica está licenciado sob uma Licença de atribuição Creative Commons. Atribuição-NãoComercial-
SemDerivações 4.0 Internacional.

Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.

NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.

SemDerivações — Se você remixar, transformar ou criar a partir do material, você não pode distribuir o material modificado.

bottom of page